segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Vale a pena conhecer Roma?

Vocês devem estar perguntando se eu estou fazendo piada, não é? Depois de tantos posts, por que eu ainda faço essa pergunta? Só para dizer que vale a pena mesmo!

A Lupa Capitolina - do século V a.C, o símbolo mais antigo de Roma. Está no Palazzo dei Conservatori. Faz parte da lenda sobre a fundação de Roma. Os gêmeos Rômulo e Remo foram largados à deriva por seu tio mau e amamentados por uma loba. Os irmãos cresceram, fundaram povoados e tal qual Caim e Abel, Rômulo matou Remo em uma discussão, e sua Roma seguiu avante rumo à grandeza. E lá se vão mais de 2000 anos de história. Por isso tudo e muito mais, Roma merece e deve ser visitada.

Fontana di Trevi - joguei uma moeda e vou voltar!

A romântica ponte sobre o rio Tibre que leva ao Castelo Sant'Angelo - cenário do último ato da Tosca de Puccini.

Pequenos prazeres, tão simples

Não tive dúvidas: sorvete italiano! Apenas 2 Euros por dois sabores! Dá para acreditar nisso? Ao lado da Fontana di Trevi.

Os imigrantes indianos estão por toda parte vendendo as saborosas castanhas assadas. Além de gostosas elas aquecem as mãos. Nunca vi castanhas tão grandes. Ampliem para ver.

Essa fonte me fez viajar no tempo....

Andando pela ruas de Roma você verá muitos prédios como os das fotos abaixo, todos com uma marca original: a pátina do tempo - gosto dessa expressão que aprendi com a Inês.

Há quem não goste dessa "pátina do tempo", mas acho que é o que dá charme aos prédios. Além disso me dá uma ideia romântica, um pouco de aconchego. É isso. Roma é aconchegante e exatamente por isso é que deve ser visitada. Você vai se apaixonar.

E no meio de tanta história, tantas antiguidades um pouco de luxo.

Gostei de ter ficado hospedado nessa região, ao lado da Piazza di Spagna e no meio dessas lojas de grife. Bom para ver e ficar espantado com os preços das peças nas vitrines.

Eu costumo visitar as cidades e depois dar uma nota. São diversos itens que levo em consideração, sendo o principal deles a alma da cidade, se é fria, se tem o "je ne sais pas quoi", se faz sonhar, se dá vontade de voltar, etc. Roma tem esse "je ne sais pas quoi", faz sonhar, tem alma e personalidade. A nota é Dez! Com louvor!!!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Roma - parte 10

A mala chegou!!!
Nem acreditei quando o concierge informou que minha mala havia chegado. Fiquei tão contente que abracei a mala. Foi um alívio. Foram cinco dias de espera.
Era o último dia inteiro em Roma e a previsão do tempo não era boa: nublado com possibilidade de chuvas. Mas como a sorte estava do meu lado, assim que saí do Hotel vi que o dia ia ser muito bom.
O céu azul e o sol brilhando dava um ar mágico à Piazza Spagna. Desde o primeiro dia que cheguei e vi esta praça me senti num cenário de cinema.
Esta é a famosa Scalinata di Trinitá dei Monti ou Scalinata di Spagna, como alguns preferem dizer. O fato é que sempre está cheia de turistas. Esta região é cercada de lojas de grife, restaurantes e salões de chá.
Piazza del Popolo. De todas as praças que visitei, acho que esta é uma das maiores. Muito próxima ao Hotel Condotti. Esta foto eu tirei na subida indo para a Villa Borghese. Descobri por acaso que a Villa Borghese ficava logo atrás dessa praça. É uma subida leve e em 10 minutos chegamos ao grande parque que é a Villa Borghese.
Este é o maior parque de Roma. Um lugar que merece ser visitado. Além da beleza dos jardins e fontes, existem museus e ótimos restaurantes.
É um passeio para um dia inteiro e de preferência na primavera ou outono. Acho que deve ser mais agradável. Vale a pena caminhar pelo parque, visitar os museus, parar para almoço e reservar umas 4 horas para a Galeria Borghese - uma jóia. Pode parecer exagero, mas 4 horas é o tempo ideal para ver com calma e apreciar cada detalhe da belíssima coleção dessa Galeria.
A Galeria Borghese está no Top 10 de Roma e visitá-la é uma obrigação - não gosto de falar isso, mas é a pura verdade. Em 1613 Scipion Francucci escreveu "esta Galeria, parece representar o teatro do Universo, um condensado de todas as maravilhas, e o charme do olhar humano". É isso e muito mais. Já estava encantado com a Capela Sistina, os Museus Capitolino, o Palazzo Farnese, mas a Galeria Borghese foi o arrebatamento. Uma coleção de pintura fantástica com quadros das diversas escolas dos séculos XVI ao XVII, com destaques para Raphaël, Caravaggio, Ticiano, Rubens. Sem falar das esculturas de Canova e Bernini. Toda essa coleção pertenceu ao Cardeal Scipione Borghese. Como as fotos eram proibidas, o jeito foi recorrer ao google e pescar umas imagens para mostrar para vocês um pouco do que vi.
Visão parcial de uma das galerias. Ao centro está a escultura "O rapto de Perséfone" de Bernini. Esta escultura consumiu dois anos de trabalho do escultor. Os detalhes são impressionantes: a força, os músculos e até as veias podem ser vistas. Impossível não se emocionar.
Pauline Bonaparte como Vênus Vencedora, escultura de Canova. Incrível o que esses artistas faziam com o mármore. Este trabalho é de uma delicadeza ímpar. O colchão e as almofadas nem parecem de mármore.
Apolo e Dafne - esta é a escultura mais famosa de Bernini e, acredito, seja o que deu mais trabalho ao escultor. Bernini iniciou o trabalho em 1622 e só terminou em 1625. A o se aproximar da escultura entendemos o porquê. Tudo é muito delicado nesse trabalho. Ao avistar a escultura temos a impressão de que os personagens estão voando. Eu fiquei paralisado. Foi algo como ter uma visão. Não quero ser piegas ou exagerado, mas é emocionante ver um trabalho assim. Essa escultura é conhecida mundo afora e está em diversos livros de arte e vê-la ao vivo é um presente. E como se não bastassem todas as maravilhas, ainda vi uma exposição de um pintor que não conhecia, CRANACH - representante máximo da pintura renascentista alemã. Essa exposição termina no próximo domingo dia 13 de fevereiro.Que dia! Fechei a viagem com chave de ouro!
Ter visitado a Galeria Borghese foi pura sorte. Era o último dia na cidade, não havia feito reserva e resolvi arriscar. O importante era entrar independentemente do horário. E consegui comprar, mas somente para o último horário, ou seja, 17h00. Mesmo assim fiquei feliz, melhor ter duas horas para apreciar do que não entrar. Após a visita eu era um dos seres mais felizes do planeta! E se você quiser curtir um pouco a Galeria Borghese clique aqui.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Roma - parte 9

O Dia 25 de Dezembro
Acordei com o barulho da chuva e a vontade era de continuar na cama, mas não podia desperdiçar o meu dia de Natal em Roma. Ainda estava sob o efeito da bela ceia de Natal e da tranquilidade daquela noite. Desci, tomei o café e tomei a direção da...

Construída em cima das ruínas do antigo Estádio de Domiciano, a Piazza Navona é um colírio para os olhos dos amantes da arquitetura. Cercada por palazzos, igrejas, prédios, cafés e quatro lindas fontes projetadas por Bernini e Barromini. As igrejas têm pinturas de Rubens e Caravaggio.

Nem preciso comentar muito. Clique para ampliar e veja os detalhes das fontes.

Antes que fique a pergunta no ar, vou esclarecer: por que não tem uma foto da praça toda? Porque atualmente existem muitas barracas que vendem de tudo. A princípio pensei que fosse uma feirinha de Natal, mas parece que é permanente. Além disso tem Carrossel, barraquinhas de jogos, artistas fazendo performances, etc. Outro detalhe: estava lotada. Quase um milagre fazer fotos das fontes. Essa farra toda pode até fazer alegria de alguns, mas eu não gostei. E lamentei muito não poder contemplar a beleza da praça em sua plenitude, sem os obstáculos.

O Brasil reina absoluto na Piazza Navona. Vejam o luxo deste Palazzo onde fica a Embaixada do nosso país.

Um presente de Natal: Palazzo Farnese

Sabe quando você está no lugar certo e na hora certa? Pois bem, foi o que me aconteceu nesta viagem à Roma. Depois de rodar pela Piazza Navona e arredores, cheguei à Piazza Farnese e me deparei com o belo edifício do século XVI, considerado o Palazzo par excellence do Renascimento.

Para minha surpresa estava em cartaz a exposição: "Dalle collezioni rinascimentali ad Ambasciata di Francia" (Da renascença à Embaixada da França). Não podia deixar passar e na hora falei "volto amanhã". Quando vi o cartaz dizendo que as visitas só poderiam ser feitas com reservas. Fiquei um pouco desanimado, sendo Natal o serviço não deveria estar funcionando, talvez pela internet. Já ia deixando o local, quando li os dias de visitação (de 17/12/2010 a 27/04/2011) e a informação de que o Palazzo estaria aberto inclusive no dia 25. Imediatamente me dirigi á entrada, ia tentar, quem sabe não conseguiria visitar. E lá fui eu. Havia apenas um casal na fila. Me aproximei do guarda e perguntei se era possível visitar mesmo sem reservas. A resposta não poderia ter sido melhor: "claro, aguarde apenas uns 10 minutos". Nem acreditei. E fiquei ali aguardando. Os dez minutos pareceram uma eternidade por conta do frio que estava fazendo.

Lembram da Fonte que citei no post sobre as Termas de Caracalla? Aqui está ela instalada na Piazza Farnese.

A exposição

Essa exposição é uma oportunidade rara de entrar no Palazzo Farnese - sede da Embaixada da França, desde o século XIX. Lamentavelmente, et pour cause, fotos são terminantemente proibidas. Aliás, bolsas, mochilas, máquinas fotográficas e câmeras ficam retidos. Afinal, ali é território francês. As fotos (abaixo) foram garimpadas na internet.

Foram mais de 2 horas contemplando o belo dos belos. Desde o belo jardim, até a sala do Embaixador. É um passeio por cinco séculos de história. Tudo muito bem explicado no áudio guia, disponível em francês e italiano. O Palazzo foi desenhado por Antonio da Sangallo - o Jovem. A construção começou em 1515 a pedido, futuro papa Paulo III. Em 1534 Paulo III encarregou ninguém menos que Michelangelo para completar o terceiro andar do edifício.

São muitas salas, finamente decoradas com quadros, esculturas e belos afrescos. E eu poderia passar o ano inteiro falando do que vi. Mas o que me deixou realmente fora do ar, sem sentir o chão sob os pés foi a Galeria dos Carracci. É um grande salão (20 x 6m) com esculturas e afrescos com diversas cenas de lendas mitológicas. As figuras parecem saltar das paredes. Fiquei quase sem ar e não estou exagerando. Ao final da visita, voltei à Galeria para ver tudo de novo e cair na real, de fato, eu estava contemplando aquilo tudo.



Essa visita foi um presente de Natal. Quer conhecer o Palazzo Farnese e ver a exposição? Clique aqui.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Roma - parte 8

O Natal em Roma

24/12/2010

Se pudesse resumir em apenas uma palavra a noite de Natal em Roma falaria apenas: perfeito! Foi muito agradável. Meses antes de viajar, pedi sugestões aos meus queridos agentes e comecei a pesquisar. Estudei os cardápios e, claro, os preços... e escolhi o Hotel Raphaël que fica localizado a poucos metros da Piazza Navona. Do Hotel Condotti (Piazza Spagna) , onde estava hospedado, levei uns 5 minutos de táxi.

Ao chegar, encontrei este ambiente harmonioso, cheio de charme e com diversas peças de arte. A noite prometia.

O Hotel Raphaël é um 5 estrelas de luxo e faz parte da família dos hotéis de charme (Relais & Chateaux). No hall principal muitas obras de arte, como essas cerâmicas pintadas por Picasso (foto abaixo).

Tudo muito bonito e de bom gosto.

E um pouco de luxo e conforto, nem que seja por algumas horas, não faz mal a ninguém. E eu aproveitei!

A mesa estava ornamentada com esse belo arranjo.

Uma taça de Prosecco - estamos na Itália - para brindar o Natal e começar a comemorar. O menu elaborado pelo chef Jean Franços Daridon estava maravilhoso.

Depois de uma leve quiche, chegou esta "Sinfonia" de frutos do mar fritos.

Sopa com ravioli de lagosta que estava sensacional!!!!

Dá para imaginar? Lasanha de peixe a Livornese. Divino e desmanchava na boca.

Este prato merece ser descrito em italiano... Filetto di spigola al forno in crosta di patate con salsa Bernaise e pomodori gratinati. Gostoso, gostoso demais.

A sobremesa foi essa Mousse de marron glacé com calda de mel de castanha. Ah que saudade, estava de comer de joelhos.

E aqui o responsável por tudo isso: Chef Jean François Daridon. Ele passou de mesa em mesa, cumprimentando a todos e querendo saber se estava tudo bem, se estávamos satisfeitos. Eu tentei conversar em italiano, mas saiu uma palavra em francês e aí a conversa rolou solta. Jean François é bretão e ficou contente em saber que eu conhecia a sua cidade natal - Rennes.

Saí do Hotel Raphaël super satisfeito. Noite tranquila e uma ceia de Natal deliciosa.

Como era Noite de Natal as ruas estavam bem vazias, apenas alguns turistas olhando as vitrines das lojas na Via dei Condotti.

Acho que nunca na minha vida poderia imaginar passar um Natal assim, longe de casa e da família e do calorão do Rio de Janeiro. Um Natal que jamais esquecerei.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Roma - parte 7

Terme di Caracalla
Véspera de Natal. O dia amanheceu nublado e com chuvas. Isso não impediu a minha ida às Termas de Caracalla. Da Piazza Spagna peguei o metrô linha A até a estação de Termini e de lá fiz baldeação para linha B para chegar até as Termas. Com o Roma Pass valendo ainda pude utilizar mais um dia de transportes. E este foi um dos dias que mais peguei metrô e ônibus por conta da chuva que ia e voltava...

As Termas de Caracalla foram construídas por iniciativa do Imperador Caracalla a partir de 212 d.C. Foram inauguradas em 217 e utilizadas até 546, quando os invasores godos destruíram os aquedutos. Até duas mil pessoas podiam utilizar esse luxuoso complexo termal. Se essas paredes falassem eu teria escutado muitas histórias...

Mas como elas não falam o jeito foi ler os painéis explicativos. Clique nessa foto para ampliar e saiba um pouco mais da história deste monumento (está em italiano e em inglês). Ou clique aqui.

Depois que a chuva deu uma trégua foi possível passear pelo complexo. Você fica pequeno diante da beleza e imponência. O pensamento vai longe, imaginando o que não rolava nos banhos...

Outro painel explicativo. Vale a pena ampliar a foto e ficar e se interar sobre os detalhes. A fonte que aparece no painel pertenceu ao Complexo e hoje está na Piazza do Palazzo Farnese. Depois mostro a foto.

Mais uma visita imperdível!

Piazza della Repubblica

Como vocês podem ver na foto abaixo a chuva não deu trégua. Cheguei na Piazza della Repubblica e mal pude fotografar. É uma praça bem bonita, cercada de prédios com hotéis, restaurantes.

Nessa praça está localizada a Basílica de Sta Maria degli Angeli e dei Martiri.

Em 1561 Pio IV pediu a Michelangelo que transformasse em Igreja dedicada à Maria Regina degli Angeli e dei Martiri a Terme di Dicleziano que foi construída com o suor e o sangue dos escravos e dos mártires cristãos.

Essas esculturas estão nas portas da Basílica. Um belo trabalho que impressiona.

E a chuva continuava... alguns metros da Piazza della Repubblica fica o Teatro Dell'Opera. Eu estava curioso para conhecer, por motivos óbvios. Antes de viajar consultei a programação, mas não havia nada programado durante a minha estada. Fiquei sabendo que o palco principal da Itália é o Teatro alla Scala de Milão.

Já passava das três da tarde e procurando um restaurante para o almoço encontrei o simpático La Fontana al Viminale da Famiglia Pappacena. Um lugar agradável e com uma comida muito boa.

Este Canelloni de ricota com espinafre chegou fumegando, quentinho, delicioso e derretia na boca. Quando saí do restaurante ainda chovia e já começava a a escurecer. E tinha uma preocupação: já tinha uma camisa para usar no jantar de Natal, mas ainda precisava de uma calça. E lá fui eu para a Zara...

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